Homem-Aranha no Aranhaverso

Homem-Aranha no Aranhaverso  é sem dúvida um bom filme, e de forma merecida levou o Oscar de Melhor Animação, mas precisamos ser honestos e dizer... ele está muito longe de ser "o melhor filme do Homem-Aranha" como alguns dizem.

O filme nos conta a história de Miles Morales, um jovem do Brooklyn que ao ser picado por uma aranha geneticamente alterada, ganha os mesmos poderes do Homem-Aranha. A trama gira em torno do (como o próprio nome já diz) Aranhaverso, que está entrando em colapso quando Wilson Fisk liga um dispositivo interdimensional para "abrir" o multiverso; quando ele é aberto, outros "Aranhas" (de outras Terras) são transportados para o mundo de Miles, e juntos deverão desativar o dispositivo e retornar o multiverso à normalidade.

Um dos pontos altos do filme é mesmo o visual da animação, que é extremamente belo. Os traços, as cores (que em alguns momentos lembra aquelas imagens de óculos 3D feito com papel celofane), a movimentação dos personagens... a forma como o Homem Aranha se balança (que possui uma "liberdade" que só é possível em animações), tudo se une na tela de forma harmoniosa. É um verdadeiro espetáculo aos olhos.

A trilha sonora também se destaca. Independente de gostar do ritmo ou não (eu por exemplo já falo... definitivamente não gosto de rap), é fato que a trilha do filme é importante na trama, pois ela adiciona características ao protagonista que nos dizem mais sobre seu perfil. O filme teria ficado bem melhor com uma trilha sonora mais "digital" (similar ao visto em Tron: Legacy, de Daft Punk), mas dentro daquilo que foi proposto, ficou bom.

A escolha dos "Aranhas" foi algo que me deixou incomodado durante todo o filme. A escolha por Peter B. Parker, Spider-Gwen e Spiderman Noir foi certeira, porém a inclusão do "Porco-Aranha" (que automaticamente nos remete à Homer Simpson) e a versão "mangá" em nada acrescentam à trama, e destoam demais dos três citados inicialmente. Mesmo assim, é muito bacana ver a interação entre os "Aranhas" (impossível não rir com o Spiderman Noir, na voz de Nicolas Cage, maravilhado com o cubo mágico).

Uma curiosidade, a trama do filme lembra o jogo Spider-Man: Shattered Dimensions, lançado em 2010, e inclusive foi noticiado nesta semana que o jogo realmente serviu como inspiração para o filme. Com base nisto, ainda nos perguntamos por que então não trocaram o Porco-Aranha pelo Homem Aranha 2099? Teria sido uma escolha muito mais interessante.

Mas entre erros e acertos, a verdade é que depois de quase 2h de filme, a sensação final é que assistimos ao primeiro episódio de uma série (sabe aqueles episódios de 2h para introduzir o personagem?), e não a um filme. A trama é muito simples e se desenvolve de forma muito rápida (por exemplo, com menos de 15min de filme Miles já ganha os poderes), e isso só contribui para esta sensação de estar assistindo à uma "série".

Homem-Aranha no Aranhaverso  provavelmente fará muito sucesso na faixa etária de 10 à 15 anos (e ok... provavelmente é o alvo da Sony mesmo), mas para os mais velhos, Homem-Aranha 1 com Tobey Maguire continua (até aqui) sendo o melhor filme de Homem-Aranha.
























Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement