Dentre os indicados ao Oscar de Melhor Filme, Green Book foi um dos que chegaram discretamente na disputa (Roma, Bohemian e Vice tiveram, por exemplo, muito mais destaque), e mesmo sendo o grande vencedor, a dúvida de muitos ainda é: "mas o filme é bom mesmo?". A resposta é... SIM, o filme é realmente muito bom!
Green Book se passa na década de 60 e nos conta a história de Tony "Lip" Vallelonga (Viggo Mortensen, de O Senhor dos Anéis), quando ele recebe uma oferta de emprego para ser o motorista do pianista Don Shirley (Mahershala Ali, de Moonlight) durante sua turnê. Seria uma história "simples", não fosse o fato de Don Shirley ser negro, Tony Lip preconceituoso, e que terão de viajar juntos pelo sul dos EUA (região onde mais havia segregação racial naquela década). O resultado é um filme excelente, com atuações impecáveis, e regado com uma ótima trilha sonora.
O filme possui um roteiro muito bem escrito (aliás, ganhou também o prêmio de Melhor Roteiro), uma ótima trilha sonora, uma ótima direção, mas a alma do filme está mesmo nas atuações impecáveis de Viggo Mortensen e Mahershala Ali. O personagem de Viggo tem aquele jeitão "italiano" (estilo Joe Pesci) e meio desleixado (sabe aquele tipo de pessoa que come comida com a mãos e depois limpa a mão na roupa?), já o personagem de Mahershala é o exato oposto, todo refinado e um tanto "fresco" (sabe aquele tipo de pessoa que bebe água levantando o dedo mindinho?). Quando suas histórias se cruzam acontece um esperado "choque" entre seus estilos, mas enquanto viajam pelo sul do paÃs, ambos os personagens são desconstruÃdos e remoldados pela amizade recém criada entre eles. A cada adversidade enfrentada (durante a viagem) eles passam a olhar um ao outro por um novo prisma, e enquanto um passa a enxergar o mundo de um jeito diferente, o outro passa a olhar a si mesmo de modo diferente.
Sabe aquele filme que, quando acaba, te faz olhar para o horizonte e refletir na história que acabou de ver? A tÃtulo de comparação, tanto Roma quanto Green Book te fazem ter essa reflexão, mas a diferença está na "sensação" que ambos transmitem ao espectador. Enquanto Roma te passa uma sensação de incerteza, que você não sabe definir se gostou do filme ou não, Green Book passa uma sensação de convicção, você sabe sem sombra de dúvidas, enquanto os créditos sobem, que acabou de assistir um ótimo filme.
Uma nota de curiosidade, o diretor do filme é Peter Farrelly. Talvez o nome não te traga recordações, mas os filmes dele provavelmente sim... como por exemplo Debi e Loide, Quem vai ficar com Mary?, Eu, eu mesmo e Irene, Passe Livre, entre outras comédias. De fato, é um salto tremendo na carreira do diretor,
Fica difÃcil falar mais sem soltar spoilers, mas saiba que com ou sem Oscar, Green Book é um filme que vale a pena ser visto.
Green Book se passa na década de 60 e nos conta a história de Tony "Lip" Vallelonga (Viggo Mortensen, de O Senhor dos Anéis), quando ele recebe uma oferta de emprego para ser o motorista do pianista Don Shirley (Mahershala Ali, de Moonlight) durante sua turnê. Seria uma história "simples", não fosse o fato de Don Shirley ser negro, Tony Lip preconceituoso, e que terão de viajar juntos pelo sul dos EUA (região onde mais havia segregação racial naquela década). O resultado é um filme excelente, com atuações impecáveis, e regado com uma ótima trilha sonora.
O filme possui um roteiro muito bem escrito (aliás, ganhou também o prêmio de Melhor Roteiro), uma ótima trilha sonora, uma ótima direção, mas a alma do filme está mesmo nas atuações impecáveis de Viggo Mortensen e Mahershala Ali. O personagem de Viggo tem aquele jeitão "italiano" (estilo Joe Pesci) e meio desleixado (sabe aquele tipo de pessoa que come comida com a mãos e depois limpa a mão na roupa?), já o personagem de Mahershala é o exato oposto, todo refinado e um tanto "fresco" (sabe aquele tipo de pessoa que bebe água levantando o dedo mindinho?). Quando suas histórias se cruzam acontece um esperado "choque" entre seus estilos, mas enquanto viajam pelo sul do paÃs, ambos os personagens são desconstruÃdos e remoldados pela amizade recém criada entre eles. A cada adversidade enfrentada (durante a viagem) eles passam a olhar um ao outro por um novo prisma, e enquanto um passa a enxergar o mundo de um jeito diferente, o outro passa a olhar a si mesmo de modo diferente.
Sabe aquele filme que, quando acaba, te faz olhar para o horizonte e refletir na história que acabou de ver? A tÃtulo de comparação, tanto Roma quanto Green Book te fazem ter essa reflexão, mas a diferença está na "sensação" que ambos transmitem ao espectador. Enquanto Roma te passa uma sensação de incerteza, que você não sabe definir se gostou do filme ou não, Green Book passa uma sensação de convicção, você sabe sem sombra de dúvidas, enquanto os créditos sobem, que acabou de assistir um ótimo filme.
Uma nota de curiosidade, o diretor do filme é Peter Farrelly. Talvez o nome não te traga recordações, mas os filmes dele provavelmente sim... como por exemplo Debi e Loide, Quem vai ficar com Mary?, Eu, eu mesmo e Irene, Passe Livre, entre outras comédias. De fato, é um salto tremendo na carreira do diretor,
Fica difÃcil falar mais sem soltar spoilers, mas saiba que com ou sem Oscar, Green Book é um filme que vale a pena ser visto.
0 Comentários