Em um determinado dia, após um evento não explicado, 43 crianças foram geradas de forma espontânea por mulheres que não estavam grávidas ao início daquele dia. Destas crianças, 7 foram adotadas por Reginald Hargreaves, que fundou então a Umbrella Academy.
Um dos pontos mais altos da série é o elenco. A química entre os personagens se encaixa de forma tão perfeita, que você nota visivelmente que não se trata só de um grupo de super pessoas, mas de uma família, esquisita e desajustada, mas ainda uma família. Só para efeito de comparação, o elenco de Titãs não possui metade da química que a Umbrella Academy possui.
Além da ótima química entre o elenco, a série também conta com atuações consistentes. Para quem assistiu, é desnecessário dizer, mas Number Five (Aidan Gallagher... guarde este nome, provavelmente você ouvirá falar dele no futuro) rouba a cena sempre que aparece. O jovem ator de apenas 15 anos consegue representar sua versão "velha ranzinza" com perfeição. Robert Sheehan (Klaus), Emmy Raver-Lampman (Allisson), David Castañeda (Diego) e Tom Hopper (Luther) também estão muito bem em seus respectivos papéis. A única que destoa do restante é Ellen Page, que parece ter atuado no modo "Kristen Stewart", pois mantém o mesmo semblante depressivo em todas as cenas em que aparece. Por mais que sua personagem seja assim (reclusa), pareceu forçado demais.
Outro ponto positivo são os efeitos especiais, que estão extremamente bem feitos. Destaque fica para Pogo (Adam Godley); mesmo sendo um personagem totalmente digital, está tão bem feito que é possível notar em seu semblante o peso de todos os segredos acumulados.
Você se recorda de quando séries como Smallville, The OC, Chuck, utilizavam diversas músicas para costurar a trama? Infelizmente isso é algo que vem se perdendo com o passar dos anos, mas The Umbrella Academy parece disposta a resgatar este recurso, e faz uso da (ótima) trilha sonora como parte integrante da história. Tenho certeza que a música tema vai martelar na sua cabeça por alguns dias:
Infelizmente a série tem um calcanhar de aquiles muito forte, que é a condução da história. A série possui um ritmo demasiadamente lento; ela pode ter uma cena de ação com rock'n roll espetacular, e logo na sequência reduzir o ritmo e se arrastar até o final do episódio. Se cada episódio tivesse 40min (e não 60min), e a temporada tivesse 8 episódios (e não 10), o resultado final teria sido bem melhor. Outro ponto ruim é que em alguns momentos os episódios se prendem demais a um personagem (houve um certo exagero na exposição de Klaus e seu vício), e isso atrasa o desenvolvimento da trama.
O final da série possui um esperado cliffhanger, mas como a temporada tem (de certa forma) um "final", o cliffhanger é positivo no sentido de instigar o espectador em aguardar a próxima temporada (ao contrário do que vimos em Titãs, que não possui um final).
Conclusão: apesar de ter um elenco muito bem entrosado, com uma ótima química, de possuir uma ótima trilha sonora e cenas de ação muito bem feitas, o ritmo lento da série vai provavelmente afastar os espectadores (ou dar sono em quem assistir). É aquela série que no final, em rodas de amigos, a gente costuma classificar como "boazinha".
Imagem: © 2019 Netflix / All Rights Reserved
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