Wifi Ralph


Logo nos minutos iniciais de filme, a belíssima música tema composta por Henry Jackman (que com seus toques digitais, nos remete à era dos 16 bits) já surge nas caixas de som, trazendo consigo uma sensação "de retornar a um lugar conhecido".

Em Wifi Ralph (aliás, momento raro aqui... a tradução brasileira ficou com o nome melhor que o original Ralph Breaks the Internet), Ralph e Vanellope vão à internet para salvar o jogo Corrida Doce de ser desligado, e é aí que toda a aventura começa... na internet.

A idéia de representar a internet como um "mundo" não é algo inédito, afinal já vimos isso em Emoji - O Filme (lá os emoji surfam no Spotify, andam pelos aplicativos, e até precisam superar o temido "firewall"). Wifi Ralph nos traz uma internet parecida, porém muito mais "viva" e interativa. O personagem "Tudo Sabe" (uma clara referência ao Google) traz uma representação hilária de como o buscador mal deixa você digitar, e já sai dando sugestões malucas. O Buzzztube (clara referência ao YouTube) nos mostra como as coisas vão e vem rápido na internet, e como ela pode ser superficial às vezes. Até a Deep Web não passou batido, e foi representada de forma muito interessante.

Outro ponto positivo foi a introdução da própria Disney no filme. Os easter eggs (e aí temos Vanellope sendo abordada por Stormtroopers... interrompendo a entrevista do Groot... encontrando as princesas, e por aí vai) acabam gerando as melhores cenas do longa.

O filme faz diversos paralelos com nosso mundo "real" e cada um deles traz uma reflexão diferente, mas a verdade é que o filme gira em torno de duas grandes lições. A primeira, mais voltada às crianças, nos mostra que é normal amigos seguirem caminhos diferentes (terem objetivos diferentes), e que a amizade não precisa acabar mesmo estando longe. A segunda, mais voltada aos adultos (e que pode ser muito útil em coaching empresarial), mostra que não precisamos ficar parados quando chegamos à zona de conforto (e estagnados no mesmo lugar), que podemos buscar novos horizontes que nos desafiem, aprender coisas novas, e por aí vai.

O único problema é que o filme força demais a história para chegar nestas lições. Vanellope que lutou tanto no primeiro filme para fazer parte do line-up da corrida, estar agora quase em depressão por ter de voltar ao Corrida Doce? Uma garotinha como ela, se juntar à uma gangue barra pesada? Um Ralph excessivamente grudento e infantil? Sim... ficou tudo forçado, e isso faz a história perder (e muita) fluidez.

O filme faz ótimos paralelos com a internet de hoje, traz lições importantes, e possui ótimas participações de personagens do mundo Disney, mas a história demasiadamente forçada faz o filme perder sua naturalidade, ficando assim abaixo de seu antecessor.




P.S: A equipe de tradução mandou bem na cena em que Ralph convida Vanellope para ir ao Tapper's e tomar uma "root beer" (uma cerveja doce, normalmente não alcoólica). Na versão brasileira, a cena foi alterada para "refrigerante".




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