Armada


Ernest Cline pode se considerar um escritor de sorte, afinal, seu primeiro livro (Jogador Número 1, 2011) foi adaptado para o cinema pelas mãos de Steven Spielberg, e seu segundo livro (Armada, 2015) também será adaptado com produção da Universal Pictures.

Em Jogador Número 1, Cline nos entregou um bom livro, fazendo um ótimo uso das referências nerd/pop como parte da história, tornando-a mais envolvente. Já em Armada, o autor usa as referências como "muleta" para a história, já que em nada agregam à trama.

O livro nos conta a história de Zack Lightman, um jovem viciado em games, que teve sua vida mudada da noite para o dia quando, durante uma aula na escola, avista uma nave alienígena (idêntica à vista nos jogos de video-game) e é recrutado pela Aliança de Defesa da Terra para salvar a Terra.

O início do livro é bastante promissor, ele realmente te deixa na dúvida se é tudo real ou somente uma alucinação de Zack, e logo te prende para saber o que está acontecendo. Infelizmente, a partir do momento em que Zack é recrutado, o livro vira uma mistura de Tropas Estelares (1997) com Independence Day (1996) e Ender's Game (2013), e engata uma sequência de clichês (a união da tropa recém formada, se apaixonar... e detalhe, tudo isso em questão de horas). A trama não possui nenhuma reviravolta e segue extremamente previsível até o final, que diga-se de passagem, possui um "clímax" que dura praticamente três páginas (410,411 e 412).

Os personagens até são bem construídos (você consegue visualizar facilmente cada um deles, tal qual como descrito no livro), entretanto a história peca muito na facilidade com que o protagonista supera seus desafios (sabe aquele tipo de filme onde o bandido dá mil tiros e nenhum atinge o mocinho? É bem por aí), e essa facilidade tende a tornar o livro menos interessante.

É importante dizer que Armada não é necessariamente um livro ruim, mas somente um livro "comum", de trama previsível, e sem personagens marcantes. Conclusão: insosso.





*Foto: Crítica Geek

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