Os Cavaleiros do Zodíaco (versão Netflix) - 1ª temporada

Cavaleiros do Zodíaco  marcou toda uma geração na década de 90. Crianças saiam da escola e aguardavam ansiosamente pelo fim da tarde para assistir ao episódio do dia; no dia das crianças era só um desejo... ganhar uma caixa amarela com boneco dos Cavaleiros... era uma febre!!

O tempo passou... a Bandai não soube fazer bom uso da "marca" Cavaleiros do Zodíaco, e como as crianças que gostavam cresceram, a força de Pegasus decaiu com o passar dos anos. É claro que a série não morreu, continuaram a fazer novas sagas, jogos de video-game, mas nunca teve a mesma força que teve na década de 90. Eis que então surge a Netflix e anuncia sua própria série (em 3D) de Cavaleiros. Como era de se imaginar, o hype na internet foi alto, afinal era a chance de redimir a série do horrendo filme lançado em 2014. E agora depois de lançado, fica a pergunta... valeu a espera?

Como toda série, Cavaleiros do Zodíaco (este novo da Netflix, claro) tem erros e acertos, e por incrível que pareça, mais acertos do que erros. O primeiro grande acerto foi manter os dubladores originais, o que traz uma sensação de nostalgia e torna a experiência como um todo muito agradável (inclusive compensando os defeitos).

Outro aspecto positivo foi a fidelidade no design dos personagens, que mesmo com o visual 3D manteve a aparência do desenho original. Apesar de pequenas modificações (ex: o cabelo de Hyoga está mais curto, o cabelo de Shiryu está preso no final, as armaduras são da saga de Hades...), a Netflix acertou em cheio na recriação 3D dos personagens, então apague de sua cabeça a imagem do filme de 2014. Algo que alguns podem estranhar, é que nesta versão os cavaleiros estão sem capacete (ainda que convenhamos... na saga de Hades está mais para uma tiara do que um capacete, ou seja, não protege nada mesmo), mas como nas artes promocionais estão todos usando, é provável que nos 6 capítulos seguintes (sem data de previsão) eles utilizem. Vale a pena ressaltar também que mantiveram até os efeitos no momento dos golpes (o meteoro de Pegasus por exemplo fica com fundo de "constelações" e com o próprio Pegasus atrás do Seiya).

Apesar de caprichar nos personagens, a qualidade gráfica é bem mediana nos cenários. O espaço onde ocorrem as lutas do "torneio", por exemplo, é nada mais que um espaço vazio em um galpão escuro (com uns carros e caminhões aparecendo esporadicamente ao fundo, sem sentido algum). Diversos outros cenários são igualmente simples (a entrada para o "torneio" é em um deserto... quer cenário mais fácil que um monte de areia?), e isso acaba passando uma incômoda sensação de "vamos economizar"  por parte dos produtores.

Muitos momentos chaves do desenho original foram recriadas quase que na vírgula (o momento em que Seiya conquista sua armadura, Shiryu invertendo o sentido da cachoeira, Hyoga visitando sua mãe, entre outras cenas), porém falta para "brilho" para a trama como um todo. Parando para analisar a trama do desenho original (que ok, era meio boba), faz sentido que a história tenha sofrido alterações para tornar-la mais "crível" e atualizada para o público atual, mas os roteiristas cometeram o erro de inventar demais (só não irei detalhar mais para não gerar spoilers).

Apesar da trama ter sofrido alterações drásticas, este não é o grande defeito da série, e sim o ritmo dela. Os episódios (que são curtos, com apenas 22min) parecem correr com a trama, passando novamente uma sensação de "vamos economizar". Seis horas do desenho antigo são praticamente resumidos aqui em uma hora e meia, e esse ritmo acelerado faz com que a série perca muito do drama original (aliás, fica meio difícil engolir que os cavaleiros se tornaram "best friends forever" em pouco mais de 1h de história). Sabe a sensação que ficou em Games of Thrones com sua última temporada (de terem corrido com a história para acabar rápido)? Pois bem, é a mesma sensação que fica aqui.

Apesar das mudanças na história, Cavaleiros do Zodíaco  irá agradar as antigas crianças (hoje adultas) por recriar momentos clássicos com visual renovado, mas falta ainda "brilho" (e calma no ritmo) para conquistar as crianças de hoje.




Imagem: © 2019 Netflix / All Rights Reserved

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