Operação Fronteira

No mês passado, a Apple anunciou a Apple TV+ (aliás, quanta originalidade no nome... SQN), e anunciou que seus filmes terão diretores de renome como Steven Spielberg, J.J. Abrams, M. Night Shyamalan e Ron Howard.

A Netflix possui uma abordagem diferente, em seus filmes ela usa atores de renome, e diretores de pouca (ou nenhuma) expressão. O resultado é o que temos visto nos últimos anos... filmes bem produzidos, com boas atuações, mas de ritmo lento e que falham em cativar o espectador.

Operação Fronteira não foge à regra e segue essa fórmula da Netflix, e consequentemente o mesmo resultado. O filme conta com um ótimo elenco (Ben Affleck, de Batman vs Superman / Charlie Hunnam, de Rei Arthur / Oscar Isaac, de Star Wars / Garrett Hedlund, de Tron: O Legado / Pedro Pascal, de Kingsman 2 e da nova série Star Wars: The Mandalorian), boas atuações, uma ótima fotografia, mas o ritmo lento do filme cansa quando ele chega na metade, a ponto de você desejar que ele acabe logo.

O filme conta a história de um grupo formado por amigos ex-militares, que quando chamados por um deles (Oscar Isaac), partem em uma missão para roubar milhões (algo na casa dos 200 mi) de um traficante colombiano e então se aposentarem de uma vez por todas. O filme pode ser dividido em duas partes: a primeira (que vai até a metade) trata do planejamento até o roubo em si, e a segunda (que vai da metade até o fim do filme) trata da fuga com o dinheiro.

O filme começa de forma bastante promissora, mostrando o personagem de Oscar Isaac em um dia "normal" de trabalho, e após isto, localizando os amigos e chamando-os para um trabalho que os tornará milionários. Toda essa parte de reunir os amigos, viajar, fazer os preparativos, funciona muito bem graças ao elenco, que possui ótima química. Apesar do diretor optar por tomadas muito longas em algumas situações (que cansam o espectador), o filme consegue prender a atenção, pelo menos até a execução do roubo, dali em diante a coisa muda. Se antes o filme estava interessante, da metade pra frente ele torna-se cansativo, primeiro pelo ritmo lento, segundo pela sucessão de "azar" do grupo, pois é tanta coisa dando errado pra eles que você fica até com raiva do filme.

Apesar dos problemas de direção, o filme também tem seus méritos, a começar pelo elenco. Todos, sem exceção, foram muito bem, com destaque para Oscar Isaac que mostrou ser um bom ator e que merece mais tempo de tela em Star Wars. A boa química entre os atores gera um relacionamento genuíno entre os personagens. Outro ponto de destaque é a fotografia. As montanhas, os céus, as vegetações... nota-se que o filme fez pouco uso de estúdio e fundo verde, tendo grande parte dele rodado em cenas externas, e isso tem um efeito visível no filme, gerando tomadas belíssimas.

Operação Fronteira  tinha potencial para ser um grande filme, mas a falta de uma direção mais objetiva atrapalhou o filme, pois ele termina sem um "clímax". O certo seria utilizar o roubo como clímax e encerrar o filme ali; ficou parecendo que o diretor não sabia em qual direção queria levar a história, e foi levando, levando... e quando foi ver, o filme não era nem sobre o roubo, nem sobre a fuga. O filme deu a dica que terá continuação, esperemos que no segundo escolham um diretor melhor, pois é um filme com bastante potencial.

 De qualquer modo, podemos dizer que dentre os filmes originais da Netflix, Operação Fronteira  fica acima da média, e vale a pipoca num sábado à tarde.






Imagem: Photo by Melinda Sue Gordon © 2019 Netflix / All Rights Reserved

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement